Já abordamos a temática sobre a rotação de culturas, que consiste em uma técnica alternada (com planejamento) e previamente ordenada do cultivo de diferentes tipos de plantas em um determinado período, sobre um determinado local. Além disso, também discutimos sua relevância e benefícios ao agricultor.
Atualmente este assunto voltou a ter a devida importância, pois a rotação de culturas aumenta a rentabilidade da propriedade pois, possibilita uma maior ciclagem de nutrientes, diversidade biológica e maior produção de palhada, fazendo com que as perdas de solo fértil sejam praticamente extintas. Na região sul, as opções de culturas de grãos de verão ficam restritas ao milho e a soja, mas no período de inverno a possibilidade de diversificação de culturas é bem maior.
Segundo as pesquisas do setor, um dos benefícios da adoção dessas culturas de inverno é a possibilidade de utilizar a mesma estrutura de máquinas, equipamentos e mão de obra que as culturas de verão, reduzindo o impacto dos custos fixos e de oportunidade sobre as culturas de verão. Os custos fixos são aqueles que não variam com a quantidade produzida. Enquadram-se, nessa categoria, terras, benfeitorias, máquinas, equipamentos, impostos e taxas fixas, correção do solo e lavouras permanentes. Os principais itens que compõem o custo fixo são: depreciação, juros sobre o capital fixo; capital investido em terras, juros sobre o capital investido, seguros, mão-de-obra permanente; taxas e impostos fixos. Além disso, outra vantagem é que se bem posicionadas tecnicamente, com planejamento antecipado e conhecendo o potencial de fertilidade do seu solo, todas as culturas de inverno utilizadas para grãos ou culturas de cobertura agregam a melhoria da qualidade do solo, sendo ela física, química e biológica, potencializando, assim, as culturas de verão e consequentemente aumentando sua rentabilidade.
“Muito além da rentabilidade na lavoura, a rotação de culturas ou utilização de mix de coberturas, ao médio e longo prazo, reduz o estresse sobre o sistema solo/planta/microorganismos, resultando em maior estabilidade de produção, melhora a dinâmica de nutrientes no solo, reduz a seleção de plantas daninhas resistentes a herbicidas, beneficia os inimigos naturais, reduz a pressão de pragas e doenças e, como consequência, aumenta a rentabilidade”. – argumenta, o Engenheiro Agrônomo Rodrigo Rossato.