Buscar alternativas que possam assegurar a máxima expressão do potencial produtivo e lucrativo das lavouras, é um dos principais objetivos dos agricultores na atualidade. E, a calagem do solo é um dos recursos que possibilita esse desenvolvimento.
A calagem do solo é um processo fundamental utilizado para melhorar a qualidade dos solos naturalmente ácidos, característico da nossa região. A adição de calcário ao solo é essencial pois, além de diminuir a acidez, fornece uma quantidade de nutrientes para as plantas, como cálcio e magnésio, evitando a toxidez do alumínio, ferro e manganês, que, em grandes quantidades, podem ser prejudiciais para as plantas. Além disso, o calcário maximiza o efeito dos fertilizantes e aumenta a atividade das bactérias benéficas ao solo, acelerando a decomposição de resíduos e de matéria orgânica, liberando nitrogênio e fósforo, que são nutrientes essenciais para as plantas.
O calcário é um recurso abundante no país, possui diversas reservas espalhadas pelos estados e o seu uso é muito incentivado, devido aos diversos benefícios técnicos e de melhoria de solo, além de ser uma prática considerada de alto retorno econômico. A tomada de decisão para a correção da acidez do solo deve ser embasada nos resultados de análises do mesmo feito em laboratório, que indicarão o tipo e a quantidade adequada de calcário a ser aplicado em cada talhão da lavoura. Um dos problemas mais vistos no processo de calagem de solo é a negligência no que se refere à técnica, doses certas e formas de aplicação de calcário no solo. É habitual nos depararmos com lavouras que receberam adubação sem uma prévia correção da acidez do solo, já em outras pode-se observar a utilização de doses de calcário acima do recomendado.
Apesar de ser uma prática dos agricultores há muitos anos, alguns cuidados devem ser tomados e observados para que se tenha o retorno esperado e se consiga o a correção da acidez do solo. Possíveis erros que podem ocorrer durante o processo do cultivo de uma lavoura, iniciam na forma errada de coletar amostras de solo para a análise.
O processo passa pela necessidade obrigatória de realizar uma correta e qualificada análise de solo, com atenção ao procedimento de coleta de amostras, análise em laboratórios de qualidade, interpretação correta do nível de fertilidade, regulagem adequada do distribuidor de calcário, compra do calcário recomendado com a melhor relação de PRNT (poder relativo de neutralização total) e PN (poder de neutralização) possível e, ainda, a uniformidade na distribuição.
Na agricultura de precisão devido ao grande número de dados gerados nos mapas de fertilidade é possível identificar as doses de calcário que devem ser utilizadas em cada sub área da lavoura e assim obter a neutralização completa dos elementos tóxicos e garantir uma maior rentabilidade e produtividade de cada cultura. Através do mapeamento do solo e a aplicação em taxa variável, os talhões recebem calcário de acordo com a necessidade, podendo, dessa forma, obter resultados mais produtivos do que na aplicação em taxa fixa de modo geral.